Two experiments were carried out in the laboratory to evaluate the effect of a formulation of the nuclear polyhedrosis virus (NPV) of the velvetbean caterpillar, Anticarsia gemmatalis Hübner (AgNPV), on the predator Podisus nigrispinus Dallas. In the first experiment, predators were exclusively fed A. gemmatalis reared on artificial diet, treated with one formulation of the AgNPV (infected prey) or with water (healthy prey) as the control. In the second experiment, an additional treatment was incorporated in which the artificial diet was treated with an inactive (autoclaved) AgNPV formulation. The predators were fed on these exclusive prey during their entire lifespans for three or four consecutive generations, during the first and second experiment, respectively. Daily observation of oviposition and mortality were performed to provide data for the construction of fertility life tables and to determine daily oviposition patterns and survival distribution curves. For both experiments, no adverse effects were observed in the first generation. However, significant effects in the predator population were observed throughout the subsequent generations, when the predators were fed with prey that fed on infective or inactivated AgNPV diet compared with the healthy prey. The adverse effects observed might be due to some inert components present in the commercial formulation, because the AgNPV has been demonstrated to be highly specific to Lepidoptera and neither does it replicate nor has any adverse effect on P. nigrispinus. The fertility life tables proved to be a good tool to measure the potential impact of biopesticides on nontarget population under laboratory conditions.

RESUMO Dois experimentos foram realizados em condições de laboratório para avaliar o efeito de uma formulação comercial de Vírus da Poliedrose Nuclear da lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis Hübner (AgNPV) na biologia de Podisus nigrispinus Dallas. No primeiro experimento, os predadores foram alimentados exclusivamente com A. gemmatalis criadas em dieta artificial, tratada com uma formulação de AgNPV (presa infectada) ou com água (presa sadia), como controle. No segundo experimento, foi incorporado um tratamento adicional no qual a dieta artificial foi tratada com uma formulação de AgNPV inativada (autoclavada). Os predadores foram alimentados com essas presas exclusivas durante toda a vida por três ou quatro gerações consecutivas, durante o primeiro e o segundo experimentos, respectivamente. Observações diárias da oviposição e mortalidade foram feitas para se obter dados para a construção de tabelas de vida de fertilidade e para determinar os padrões de oviposição diária e distribuição das curvas de sobrevivência. Para ambos os experimentos, não foram observados efeitos adversos na primeira geração. Contudo, efeitos significativos sobre a população do predador foram observados nas gerações subsequentes nos tratamentos com AgNPV ativo e inativado, mas não com o controle. Os efeitos adversos observados poderiam ser atribuidos a componentes inertes presentes na formulação comercial do biopesticida, uma vez que o AgNPV tem demonstrado ser altamente seguro a organismos não alvos e especifico para lepidopteros. As tabelas de vida mostraram ser uma boa ferramenta para se medir efeitos de biopesticidas sobre diversos parâmetros biológicos de populações de organismos não alvo.